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                    Capítulo 4

 

          A Conexão PentecostaL

     

    No mês de outubro de 1935 Mussolini invadiu a Etiópia, cumprindo assim a primeira das sete visões que o irmão Branham teve em 1933. Isto causou muito comentário entre as pessoas que conheciam essas visões, mas muitos pregadores batistas diziam que essas visões eram do diabo e assim o irmão Branham tinha algumas dúvidas sobre isto. Um dia ele ouviu falar, que no outro lado do rio, em Louisville, estava tendo um avivamento pentecostal em uma tenda e que as pessoas ali estavam rolando pelo chão e falando em línguas estranhas. Isto deixou o irmão Branham muito curioso com aquele povo e no dia seguinte ele foi conhecê-los.

      Ao chegar no meio deles, ele viu que essas pessoas eram empolgadas e não se envergonhavam de sua religião. Depois do culto o irmão Branham sentiu de conversar com um certo pregador, o qual tinha um testemunho muito eloquente e uma aparência muito peculiar, com cabelos brancos até os ombros e barbas até o peito. O nome desse pregador pentecostal era John Ryan, ele era de Dowagiac, Michigan, ele parecia ao irmão Branham como um dos profetas do Velho Testamento. Quando o irmão Branham falou a ele sobre as sete visões que ele havia tido em 1933, ele ficou muito interessado e ao ouvir que uma delas já se tinha cumprido, ele disse ao irmão Branham que precisava falar mais tempo com ele. Então o irmão Branham o convidou para passar a noite em sua casa, ele aceitou o convite com muita alegria.                         

                                               

                                             

 

 

 

 

 

 

 

 

             

                                                                             John Ryan e sua Esposa em 1947

 

                                                                          Eles partiram para O Senhor em 1955

        

    Depois de muito conversarem e o irmão Branham falar de todo sinal sobrenatural que lhe aparecera, o irmão John Ryan disse que aquilo era realmente um dom de Deus. Isto deixou o irmão Branham perplexo, pois todos os ministros, aos quais ele tinha falado sobre este assunto, tinham dito que aquilo era coisa do diabo. A partir dali, os dois se tornaram grandes amigos e amiúde, o irmão John Ryan vinha a Jeffersonville e os dois tinham ótimos tempos juntos. Havia coisas que o irmão Branham não entendia muito bem sobre aquele ancião, como por exemplo, sobre o que ele queria dizer sobre o Batismo do Espírito Santo e sobre a doutrina dele, de que o falar em línguas estranhas era a evidência desse Batismo. Mas isto não importava muito, eles se respeitavam mutuamente e com o tempo, se eles fossem sinceros, ambos chegariam ao conhecimento de toda verdade.

     Em junho de 1936, depois de John Ryan insistir muito para que o irmão Branham fosse a sua casa, ele decidiu ir até lá para pescar, já que estava em férias. Mas ele não tinha o dinheiro suficiente para esta viajem, então a irmã Hope pegou 8 dólares que ela tinha ajuntado de seu trabalho na fábrica de roupa e ofereceu a ele para a viagem. Porém o irmão Branham recusou aquele dinheiro e disse que ela o deveria gastar em coisas mais importante do que aquilo. Mas ela disse a ele que aquela viagem era o mais importante no momento, pois ele estava precisando daquela viagem de férias. Depois de muito conversarem, ele por fim acabou concordando com ela e fez aquela viajem de pesca. Sua esposa não pode ir por estar grávida de três meses de sua filha Sharon Rose, a qual nasceria em 27 de outubro de 1936, ela achou que seria melhor para ela ficar ali em sua casa. Assim, relutantemente, o irmão Branham empreendeu esta viagem para a cidade de Dowagiac, Michigan, que ficava a 480 quilômetros de Jeffersonville.

       Ao chegar à casa de John Ryan, ele só encontrou a esposa dele, a qual o recebeu muito bem e lhe disse que o marido havia saído em missão evangelística. Ele percebeu que ela estava sem alimento algum em casa, então ele comprou alguma coisa para a velhinha e pegou alguns peixes também para ela. O irmão Branham perguntou para a mulher: "A senhora quer dizer que deixa aquele homem sair assim?". Ela disse: "Ó, ele é um servo de Deus”! Assim o irmão Branham viu o quanto aquela mulher era devotada a seu marido, então ele disse:” Este é o tipo de esposa que todo homem deveria ter”.

    Mais tarde, eu fiquei conhecendo um velho homem que talvez esteja aqui na igreja agora, ou ele esteve aqui na igreja, pelo nome de John RYAN. E eu o conheci num lugar... O velhinho de barba e cabelo longo, talvez ele esteja aqui. Pensei que ele fosse de Benton Harbor aqui, na Casa de Davi.

    E eles tinham uma residência em Louisville. Eu estava tentando encontrar esse povo, e eles o chamavam de Escola dos Profetas. Assim pensei em ir até lá ver o que era aquilo. Pois, eu não vi ninguém rolando no chão, mas eles tinham algumas doutrinas estranhas. E foi lá onde eu fiquei conhecendo este velho, o qual me convidou para ir a sua casa.

    Fui para umas férias. E estive lá um dia, e voltei para sua casa e ele havia saído, e tinha ido a alguma parte lá em Indianápolis. Disse: "O Senhor o chamou," a esposa dele.
Eu disse: "A senhora quer dizer que deixa aquele homem sair assim?”.

    Ela disse: "Ó, ele é servo de Deus!" A coitada velhinha.

 morreu algumas semanas atrás, ouvi dizer. E ela era devotada a ele. Que coisa! Esse é o tipo de esposa para se ter! Isso é correto. Certo ou errado, ele está certo de qualquer modo! Eu disse... Pois, eu sabia que eles.

      Agora, ele... Irmão RYAN, você está aqui? Ele não está aqui. Ele esteve outro dia, não é, rapazes?  

    Pois, eles apenas vivem com o que eles conseguem, e ele não tinha nada em casa para comer. É isso mesmo. E eu tinha pegado alguns peixes lá numa pequena lagoa, ou um lago, em Michigan, e voltei - e voltei ao lugar. E eles nem sequer tinham banha de porco em casa, nem gordura para cozinhar os peixes. E eu disse: "Ele deixou a senhora sem nada na casa?”
Disse: "Ó, mas ele é servo de Deus, Irmão Bill!" Disse:

 “Ele...”.

    E pensei: "Pois, Deus abençoe seu velho coração. Irmão, eu estarei bem ao seu lado." Isso é correto. "A senhora tem tanta consideração por seu marido. Estou disposto a juntar-me e estarei ao seu lado por causa disso." Isso é correto. Precisamos de mais mulheres assim hoje, e mais homens tendo consideração por sua esposa desse jeito. É isso mesmo. Seria um Estados Unidos melhor se maridos e esposas se juntassem assim. Certos ou errados, fiquem com eles. Não haveria tantos divórcios.

Como O Anjo veio a mim. Parágrafos 58-64

     

       Na viagem de volta, o irmão Branham encontrou umas pessoas na cidade de Mishawaka, as quais estavam com faixas e cartazes em seus carros, nos quais estavam escrito a frase: “Só Jesus”. Logo ele pensou que era alguma reunião religiosa, então ele resolveu ficar e ver do que se tratava tudo aquilo. E ao se aproximar da igreja, ele ouviu que eles estavam cantando hinos e junto com os hinos ele ouviu muitos gritos também. Então ele percebeu que estava em uma reunião Pentecostal, como aquela de Louisville, ele sentiu que ali ele iria conhecer o que são “os santos roladores”.

     Ao entrar naquele culto pentecostal ele viu que as pessoas estavam gritando, pulando, caindo, e portando-se assim. Ele Pensou: "Opa, hum, que povo é esse!", mas quanto mais ele ficava lá, mais ele gostava daquilo. Ele viu que não havia nada de errado com aquele povo, como as pessoas diziam. O culto acabou naquela manhã de sábado, mas ele queria ficar e tentar entender aquele Batismo do Espírito Santo que eles tanto falavam. Ele sentiu que havia algo de verdade naquilo, pois eles tinham Escrituras para provar aquela doutrina. Então ele foi à cidade e comprou alguns pães amanhecidos e comeu um deles e guardou os outros para o dia seguinte e assim ele voltou no culto da noite.

   Naquele culto da noite o dirigente pediu a todos pregadores que subissem no púlpito e dissessem seus nomes, suas cidades e suas denominações. Assim todos pregadores subiram no púlpito e se identificaram, quando o nosso curioso visitante subiu, ele disse: "William Branham, batista, Jeffersonville, Indiana." Depois que os mais de duzentos pregadores se identificaram, todos disseram que eram pentecostais. Então ele percebeu que ele era o único pregador Batista ali, o patinho feio entre eles. 

       Naquela noite eles puseram um homem tão velho para pregar que o irmão Branham ficou até com dó do pobre homem. Porém enquanto o velhinho pregava, de repente desceu uma tão grande unção sobre o homem, que ele começou a pular e bater os calcanhares um no outro como as crianças fazem, a tal ponto que o púlpito ficou pequeno demais para o homem pregar, pois ele corria para todos os lados. O velhinho pregava sobre coisas tão profundas, das quais o irmão Branham nunca tinha ouvido nada até ali, então o irmão Branham pensou:

          "Se Isso fará um velho portar-se assim, o que faria se caísse em mim?" Eu - eu pensei: "Talvez eu precise um pouco Disso." Ora, ele veio aqui, eu tive tanta pena do velho. Mas, quando ele se foi, eu tinha pena de mim mesmo. E olhei ele descer daí.

A História da Minha Vida. Parágrafo 162

        Naquela noite o irmão Branham dormiu em um milharal próximo dali, ele orou quase que a noite inteira, pedindo a Deus que lhe mostrasse que povo era esse, ele nunca tinha visto gente mais religiosa em toda a sua vida. Na manhã seguinte ele estava no culto novamente, tudo estava indo bem, até que o dirigente anunciou o nome do pregador daquela manhã: WILLIAM BRANHAM, UM PREGADOR BATISTA. Quando ele ouviu o seu próprio nome, ele quase caiu do banco, ele olhou para si mesmo, vestido com uma camiseta toda amassada e uma calça de algodão listrada, isto o deixou completamente envergonhado. Ele se abaixou no banco e não importava o quanto o dirigente do culto o chamasse, ele não iria subir ali de jeito nenhum! Mas então, enquanto o dirigente o chamava do púlpito, um Sr de cor que estava ao seu lado perguntou se ele conhecia o pregador. E agora, ele não iria mentir, então ele disse que aquele pregador era ele mesmo, mas que sua roupa não estava apropriada para ele pregar. O homenzinho de cor lhe disse que aquele povo não olhava para isto e logo o denunciou dizendo aos berros: “Ele está aqui, ele está aqui!”. E agora o que fazer! O irmão Branham sai todo vermelho do seu banco e segue para o púlpito, como se fosse um condenado indo para a sua execução!    

E ele disse: "Alguém sabe onde William Branham está?" Eu abaixei-me no assento deste jeito. Assim ele disse, anunciou a segunda vez, disse: "Alguém lá fora" [ele puxou este pequeno microfone] "sabe onde William Branham está? Diga-lhe que queremos ele na plataforma para a mensagem da manhã. Ele é um pregador batista do sul de Indiana.”.

     Simplesmente fiquei sentado bem quieto abaixado, você sabe. Ninguém me conhecia, afinal. Aquele homem de cor olhou para mim e disse: "O senhor sabe onde ele está?”.

     Pensei. Ou eu - eu tinha que mentir ou fazer algo. Assim eu disse: "Abaixe-se aqui.”
Ele disse: "Sim, senhor?”
Eu disse: "Quero dizer-lhe algo." Eu disse: "Eu - eu sou ele.”
Ele disse: "Pois, suba lá.”.

     E eu disse: "Não, não posso. Vê," eu disse: "estou usando esta calça de algodão velhinha listrada e esta camisetinha." Eu disse:
 “Eu não poderia subir lá.”.

     Ele disse: "Esse povo não se importa como você se veste. Suba lá.”
Eu disse: "Não, não." Eu disse: "Fique quieto, não diga nada agora.”.

     E eles voltaram ao fone num minuto, disseram: "Alguém sabe onde William Branham está?”.

      Ele disse: "Aqui está! Aqui está! Aqui está!" Ó, que coisa! Aí eu subi usando aquela camisetinha, você sabe. E aqui eu...

    Ele disse: "Suba, Sr. Branham, queremos que traga a mensagem." Ó, que coisa, na frente de todos aqueles pregadores, todo aquele povo! E eu subi de mansinho, você sabe. Meu rosto vermelho, e minhas orelhas queimando. E subi de mansinho, calça de algodão listrada e camiseta, pregador, pregador batista subindo ao microfone, nunca vi um antes, você vê.

     E fiquei em pé lá em cima, eu disse: "Pois, eu - eu - eu não sei não." Eu estava atrapalhando-me, muito nervoso, você sabe. E - e cheguei em mais ou menos Lucas 16, e pensei: "Pois bem, agora..." E eu - eu comecei no assunto: "E no Hades ele levantou os olhos, e chorou." E eu… Assim eu - eu comecei a pregar, você sabe, e comecei a pregar e me senti um pouco melhor. E eu disse: "O rico estava no Hades, e ele chorou." Essas três palavras pequenas, como tenho muitos sermões assim:
 “Crês Tu Nisto," e "Fale a Rocha," você me ouviu pregar isso. E eu tinha: "E então ele chorou." E eu disse: "Não há crianças lá, certamente que não no inferno. Então ele chorou." Eu disse:
 “Não há flores lá. Então ele chorou. Não há Deus lá. Então ele chorou. Não há Cristo lá. Então ele chorou." Então eu chorei. Algo me pegou. Que coisa! Ó, que coisa! Depois, não sei o que aconteceu. Quando mais ou menos voltei a mim mesmo, eu estava em pé lá fora. Aquele povo começou a berrar e gritar e chorar, e eu, nós tivemos um culto tremendo.

     Quando saí para fora houve um homem que aproximou-se de mim com um chapéu bem grande de Texas, botões, aproximou-se, disse: "Eu sou Ancião Fulano." Pregador, botas de vaqueiro, roupa de vaqueiro.
Pensei: "Pois, minha calça de algodão listrada não é tão má então."

       "Sim, deixe-me marcar isso, senhor." E eu marquei assim.Disse: "Quero que o senhor venha ao Texas e realize um reavivamento para mim.

     "Sim, deixe-me marcar isso, senhor." E eu marquei assim.

     Aí aproximou-se um homem usando este tipo de calça de golfe [Calça curta pouco abaixo dos joelhos - Tradutor], a qual usava-se para jogar golfe, você sabe, tinha aquela calça abaloada.
Ele disse: "Sou Ancião Fulano de Miami." Eu gostaria. .

     Pensei: "Pois, talvez o vestir não é tão importante." Olhei, e pensei: "Tudo bem." A História da Minha Vida. Parágrafos 168-181

            

     O Avivamento Pentecostal

         

     Vamos falar agora por um pequeno momento sobre esta religião, a Igreja Pentecostal, com a qual o irmão Branham estava entrando agora em contato. O Movimento Pentecostal começou na Rua Azusa no ano de 1909 e como um fogo em dia de vento ele tomou toda a terra num curto espaço de tempo. Este avivamento foi uma obra de Deus, mas o mesmo se tornou uma denominação e quando qualquer grupo se torna uma denominação, então Deus o deixa e ele morre. Deus tem trazido a Sua Igreja a um crescimento, em um paralelo ao crescimento de um pé de trigo. O Trigo foi para debaixo da terra nas eras negras, isto é, a Igreja sucumbiu nas eras das trevas, dos anos 400 à 1500 DC. A Mensagem de Lutero, Justificação, que surgiu em 1500 representa o broto do pé de trigo, o qual se tornou uma denominação, se secou e morreu, ela não aceita nada além de Justificação, estão completamente mortos hoje. Depois disto a vida foi para a borla, que foi a Mensagem de Wesley, Santificação, mas um dia esta Mensagem se tornou uma denominação, também se secou e morreu, eles não aceitam nada além de Justificação e Santificação. Quando dizemos que eles não aceitam mais Luz nenhuma da Palavra, estamos nos referindo à denominação, pois os eleitos sempre migram para a nova Mensagem que Deus envia.

      Temos que estar cientes que todo grupo que se torna uma denominação, ele morre na mesma hora e por causa de estar morta, a organização não aceita a nenhuma nova Luz que venha da Palavra de Deus. Depois que a borla morreu então a vida foi para a casca do trigo, que foi o movimento Pentecostal da Rua Azusa, aquilo parecia tanto com a Semente, que quase enganou ao próprio escolhido, mas um dia este grupo se tornou uma denominação também e morreu e assim ficou claro que não era a Semente do trigo. Depois disto a vida foi para a Semente do trigo, o qual foi o retorno do próprio ministério de Jesus Cristo novamente na terra, na forma do Filho do Homem (O Deus Profeta). Ministério este que Se manifestou através do reverendo William Marrion Branham. As obras que Deus fez através dele dá testemunho desta verdade. Obras estas, as quais não haviam sido feitas por dois mil anos, como vocês constatarão no decorrer desta biografia.

      O movimento Pentecostal começou através de um homem cego de um olho da raça negra chamado William Seymour em abril de 1906 na Rua Azusa, Los Angeles, Califórnia. Mas é importante sabermos também a História que precedeu a este avivamento da Rua Azusa, para assim entendermos melhor a este avivamento que começou em Los Angeles e que se espalhou a toda a terra. Um pregador que foi muito importante neste avivamento pentecostal foi Charles Fox Parham (4 de junho de 1873 — 29 de janeiro de 1929), pois ele foi o primeiro pregador a ensinar que o Batismo do Espírito Santo era a terceira obra da graça e Seymour aprendeu muito com ele sobre este assunto.

           Parham foi um pregador estadunidense, sendo considerado um instrumento fundamental na formação do pentecostalismo.  Parham também criou um movimento chamado de Apostolic Faith (Fé Apostólica), constituído por igrejas independentes (inicialmente chamadas "missões") que cresceram no sul e no oeste dos Estados Unidos, onde ele realizava as suas reuniões. Embora a imprensa fora inicialmente favorável em algumas das áreas onde Parham ministrava algumas das maiores igrejas de linha principal, e a hierarquia eclesiástica da cidade de Sião, não foi favorável ao seu ministério e fizeram de tudo para que os seus ensinamentos não prosseguissem. Como resultado, alguns relatórios da imprensa tornaram-se mais negativos à medida que o seu ministério se aproximava do seu ápice entre 1906 e 1907. Parham foi uma figura controversa em todo o seu ministério. Como um jornal comentou em 1916: "Ele é um dos mais amados e ao mesmo tempo um dos mais odiados homens em todos os Estados Unidos

          Parham havia atuado como pastor de uma igreja metodista, sua decisão em abandonar esta igreja estava na crença pessoal na cura divina. Parham, na cidade de Topeka, no Kansas, fundou a Bethel Bible College, uma instituição que ficou conhecida pela prática da cura divina, assistência material e espiritual a pessoas de origem humilde e que estavam dispostas a atuar como missionários. O canal utilizado por Parham para a disseminação dos conceitos era o jornal The Apostolic Faith, os metodistas americanos ensinavam a seus fiéis sobre duas bênçãos fundamentais aos cristãos, eram elas a conversão e santificação. A teologia de Parham ensinava sobre a necessidade da terceira bênção: o batismo pelo Espírito Santo.

         No dia 31 de dezembro de 1900, Parham e seus alunos realizaram um culto de vigília em seu instituto bíblico para aguardar a chegada do novo século. Uma evangelista de 30 anos, Agnes Ozman, pediu que lhe impusessem as mãos para que ela recebesse o Espírito Santo a fim de ser missionária no exterior. Ela falou em línguas, fenômeno que se repetiu nos dias seguintes com metade das pessoas da escola, inclusive Parham. Nos anos seguintes, Parham deu continuidade ao seu trabalho em várias partes dos Estados Unidos, atraindo milhares de seguidores. Seu movimento recebeu diferentes nomes: fé apostólica, pentecostal ou chuva tardia.

     

                                 

 

 

                                                                                              Charles Parham     

 

       Vamos abrir um parêntesis agora para falar por algum tempo sobre o avivamento Galês. Pois este avivamento precedeu ao avivamento Pentecostal. O avivamento Galês, talvez foi o avivamento mais curto em toda a história da humanidade, ele começou em outubro de 1904 e terminou mais ou menos em agosto de 1905, não durando, portanto nem um ano completo.

                       

             O Avivamento Galês através de Evan Roberts 

    

     O avivamento de Gales foi um dos mais impressionantes moveres de Deus de todos os tempos. Em poucos meses de avivamento, um país inteiro foi transformado, mais de cem mil pessoas aceitaram o Senhor Jesus como seu Senhor e Salvador, e a notícia foi espalhada ao redor do mundo.

O avivamento começou em outubro de 1904 na pequena cidade de Loughor, com Evan Roberts, um jovem de 26 anos. Wesley Duewel conta sobre o início do avivamento no seu livro "O Fogo do Reavivamento":

Os historiadores geralmente se referem ao reavivamento que começou na aldeia de Loughor no País de Gales como o ponto inicial do reavivamento. Evan Roberts foi o instrumento usado por Deus para inaugurar o reavivamento de 1904. Em 1891, aos treze anos de idade, Roberts começou a ter fome e sede, e orar por duas coisas importantes: (1) para que Deus o enchesse com o Seu Espírito, e (2) para que Deus enviasse o reavivamento ao País de Gales. Roberts fez talvez o maior investimento no banco de oração de Deus a favor do reavivamento que o Senhor desejava enviar. E talvez fosse essa a razão de Deus ter começado a onda internacional de reavivamentos no País de Gales – através de Evan Roberts.

Evan Roberts tinha acabado de começar a cursar o seminário quando teve uma visão na qual Deus o chamava para voltar à sua pequena cidade e pregar para os jovens da sua igreja. Roberts já tivera outras experiências com Deus e estava convencido que Ele estava prestes a derramar um poderoso avivamento sobre o país de Gales. Mesmo assim, podemos imaginar que não foi fácil para ele voltar para casa depois de apenas quinze dias no seminário. Mas, na noite de domingo, 30 de outubro de 1904, durante o culto, Roberts teve uma visão dos seus amigos de infância e entendia que Deus estava falando para ele voltar para casa e evangelizá-los.

No dia seguinte Evan Roberts reuniu os jovens da igreja e começou a passar a sua visão para o avivamento. Ele ensinou que o povo orasse uma oração simples: "Envia o Espírito Santo agora, em nome de Jesus Cristo". Roberts também enfatizou quatro pontos fundamentais para o avivamento:

  • A confissão aberta de qualquer pecado não confessado

  • O abandono de qualquer ato duvidoso

  • A necessidade de obedecer prontamente tudo que o Espírito Santo ordenasse

  • A confissão de Cristo abertamente

Os cultos continuavam todos os dias e o fogo do avivamento começou a espalhar-se pela região.

Na primeira manhã daquela semana milagrosa, as pessoas se juntavam em grupos na rua principal de Gorseinon e a pergunta principal nos seus lábios foi, "Como você se sente agora? Você não se sente esquisito?" Nas suas mentes estavam gravadas as cenas dos cultos do Domingo quando, em cada capela, muitas pessoas pareciam ser subjugadas. As cenas se repetiam a cada dia e a alegria de Evan aumentou. O Reverendo Mathry Morgan de Llanon visitou uma noite e viu o avivalista "que quase dançava com alegria por causa de um que estava orando fervorosamente e que estava rindo enquanto orava, por ter ficado consciente que suas súplicas estavam prevalecendo. Mr Roberts mostrou sinais animados de uma alegria triunfante, em concordância com ele. Glórias a Deus por uma religião alegre."

Desse pequeno começo, um grande avivamento começou a varrer o norte do país de Gales. Cultos de avivamento começaram espontaneamente, muitas vezes antes da chegada do avivalista. A maioria dos líderes e ministros do avivamento foram jovens e adolescentes.

                       

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                                                              Evan Roberts

                

                                                                           A Grande Reunião de Blaenanerch

     Ao ouvir e ver o que Deus estava fazendo em New Quay, Evan Roberts sentiu que chegara o momento para a resposta às suas orações. Quando Seth Joshua seguiu para outra cidade próxima, Blaenanerch, para pregar, Evan pediu permissão do diretor da escola para ir para lá com mais alguns colegas e participar das reuniões.
     Era uma quinta-feira, 29 de setembro de 1904. Evan Roberts saiu de Newcastle com um grupo de dezenove colegas da escola, às seis horas da manhã, para estar na primeira reunião que começaria às sete. Já pelo caminho, o grupo sentia a forte presença do Espírito ao cantar: “Está vindo, está vindo o poder do Espírito Santo; eu o recebo, eu o recebo, o poder do Espírito Santo”.
         Ao chegarem lá, participaram da primeira reunião. No final da pregação, antes de dar um intervalo para tomar o café da manhã, Seth Joshua fez uma oração em que usou as palavras: “O Arglwydd, plyg ni”, palavras em galês que significam: “Senhor, dobra-nos”. Estas palavras atingiram Evan como se fossem uma flecha no seu íntimo. Ele sentiu uma profunda agonia como uma dor de parto e testificou mais tarde que o Senhor lhe sussurrou nos ouvidos: “É disso que você precisa”.
      Esta palavra em galês, plyg (dobrar), tem um sentido muito mais profundo do que nossa palavra em português. Significa derreter, moldar, dar forma (como barro nas mãos do oleiro) – além de dobrar ou quebrantar.
     Evan não quis tomar café. Quando voltaram para a reunião às nove horas, ele sabia que precisava fazer essa mesma oração em público. Enquanto esperava que outros terminassem de orar, ele disse:
       Senti uma força ou energia viva entrando no meu peito. Perdi o fôlego, minhas pernas ficaram trêmulas. Caí de joelhos, suava muito, e as lágrimas jorravam – achei que estava até sangrando. Eram terríveis por uns dois minutos. Então clamei: “Dobra-me, dobra-me, dobra-me! Oh! Oh! Oh!” Senti que era Deus enviando o seu amor para me dobrar e eu não compreendia o que havia em mim para ser amado. Depois que fui “dobrado” (quebrantado), uma onda de paz encheu meu interior. Ao mesmo tempo, a congregação cantava com entusiasmo: “Estou chegando, estou chegando, Senhor, a ti”. O que veio à minha mente depois disso era o dia do juízo final quando as pessoas serão dobradas contra sua vontade. Senti meu coração cheio de compaixão pelas pessoas que serão obrigadas a se dobrarem diante de Deus no dia do juízo. Desse dia em diante, a salvação das pessoas pesava muito sobre mim.
         Essa foi a experiência crítica na vida de Evan Roberts. Ele sempre se lembraria da grande reunião de Blaenanerch. Como os caminhos de Deus são insondáveis! Seth Joshua pedira Gales a Deus, mas Deus não lhe deu Gales – ele lhe deu Evan Roberts. E depois deu Gales a Evan Roberts!
Um Novo Homem
Quando Evan levantou-se daquela oração, ele era um homem transformado. Sentiu-se inflamado com o desejo de ir por toda a extensão de Gales para falar do Salvador.

Ao voltar para Newcastle, para a escola, não conseguiu mais concentrar-se nos estudos. Passou muito tempo orando e conversando com o colega de quarto sobre o desejo de ver Deus mover-se em todo o seu país. Começaram a conversar com outros jovens para formar equipes de evangelização.
     Certa noite, depois da meia-noite, Evan voltou para o quarto depois de um período de oração. Seu colega de quarto, Sydney Evans (que depois se casou com a irmã de Evan Roberts e foi para a Índia como missionário), viu que seu rosto estava brilhando e perguntou o que havia acontecido.
 “Oh, Sydney”, ele respondeu, “acabei de ter uma visão de todo o País de Gales sendo elevado ao céu. Estamos para ver o maior avivamento que este país já experimentou, e o Espírito Santo está chegando. Precisamos estar prontos!”
Em seguida, Evan Roberts olhou para ele com um olhar penetrante nos seus olhos, do qual Sydney nunca mais pôde esquecer, e perguntou-lhe: “Você acredita que Deus possa nos dar CEM MIL ALMAS?”
      É preciso lembrar que, nessa época, Evan Roberts era uma pessoa totalmente desconhecida. Ninguém tinha ouvido falar dele. Mal começara a se preparar para entrar num seminário (que nunca chegou a fazer). Mas, a partir desse dia, passou a acreditar firmemente no avivamento e na grande colheita de cem mil almas que Deus daria. E os relatórios confirmam: nos primeiros seis meses do avivamento, cem mil pessoas foram alcançadas por Jesus no País de Gales!

        Evan Roberts trabalhou sem parar no avivamento. Ele não queria que as pessoas olhassem para ele, e muitas vezes ficava calado durante os cultos, preferindo que o Espírito Santo os dirigisse. Ele raramente falava com os jornalistas que vinham para escrever sobre o avivamento, e não permitia que tirassem fotografias dele.                                                                         Infelizmente, Evan, o "catalisador principal" do avivamento, não cuidou da sua própria saúde, tirando o tempo necessário para descansar. Ele começou a se sentir fisicamente exausto, vindo finalmente a ter um colapso, e em abril de 1906 retirou-se para a casa do Senhor e Sra. Penn-Lewis na Inglaterra. Evan nunca mais exerceu seu ministério de avivalista, e sem sua liderança, o avivamento logo se apagou.

Rick Joyner, no seu livro "O Mundo em Chamas", fala sobre o papel da Sra. Jessie Penn-Lewis na vida do avivalista:

Parece provável que Jessie Penn-lewis tenha exercido uma parte significativa em levar o grande Avivamento do País de Gales a um fim prematuro, embora ela parecesse ter a melhor das intenções. Os relatos foram de que ela convenceu Evan Roberts a retirar-se do avivamento, porque achava que ele estava recebendo muita atenção, a qual deveria ir apenas para o Senhor...

         Seria desonesto incriminar Jessie Penn-Lewis como a única mão que interrompeu o Avivamento Galês, embora muitos amigos e colaboradores de Evan Roberts tenham feito exatamente essa acusação. Evan Roberts deixou a obra e foi viver na casa de Penn-Lewis, onde ele se tornou efetivamente um eremita espiritual, nunca mais usado no ministério.

        Depois de sair da liderança do avivamento, com sua saúde bastante enfraquecida, Evan Roberts viveu uma vida de intercessão, escrevendo matérias para revistas evangélicas, e recebendo visitas. Alguns anos depois, junto com a Jesse Penn-Lewis, ele escreveu o livro "War on the Saints" (Guerra contra os Santos), no qual ele criticou o avivamento. Menos que um ano depois do lançamento do livro, Roberts o descreveu como sendo uma "arma falhada que tinha confundido e dividido o povo do Senhor”.

        O avivamento no país de Gales durou apenas nove meses, porém neste tempo marcou o mundo. Os frutos, os resultados do avivamento, foram bons: uma pesquisa feita seis anos depois do avivamento descobriu que 80% dos convertidos continuavam sendo membros das mesmas igrejas onde tiveram se convertido. Porém, isso não significa que os outro 20% tivessem se desviado, porque muitos se mudaram para missões independentes ou novas denominações.

   Todos procuraram encontrar um culpado para o término tão rápido do avivamento de Gales, mas ele acabou no tempo que estava predestinado por Deus para acabar.  Pois Deus já tinha predestinado antes da fundação do mundo que o avivamento Pentecostal iria começar em abril de 1906 na Rua Azusa, em Los Angeles, Califórnia, no mesmo mês em que o avivamento galês terminou e esse avivamento pentecostal seria a casca do grão do trigo, o qual iria se tornar denominação e morrer também, como todo o resto do pé do trigo. Somente o grão de trigo não se torna denominação, a qual é a manifestação do Filho do Homem nestes últimos dias e a Mensagem que Ela produziu.

 

                Retornando à  História Pentecostal    

 

       No ano de 1905, Charles Parham mudou-se para Houston, no Texas, onde fundou uma nova escola bíblica, onde teve como um de seus alunos William Seymour, que assistia às aulas sentado numa cadeira posta no corredor, por ser negro em um período racista. Em 1906, um pequeno grupo batista de Los Angeles convida Seymour para realizar alguns cultos naquela cidade. Esse grupo, pastoreado por uma mulher, Julia Hutchins, havia sido expulso de sua igreja por aceitar doutrinas holiness (da santidade). Seymour, então com trinta anos, era filho de escravos, tinha pouca cultura, limitados dotes de oratória e era cego de um olho. Escolheu Atos 2.4 para o seu primeiro sermão em Los Angeles, embora ele mesmo nunca tivesse falado em línguas.

 A pastora não gostou do seu ensino, mas ele, acompanhado por boa parte do grupo, passou a fazer as reuniões na casa onde estava hospedado. Quando esta se tornou pequena, foram para outra casa um pouco maior, na Rua Bonnie Brae.    

     Seymour e o seu pequeno grupo de novos seguidores se mudaram para a casa de Richard e Ruth Asberry, na Rua Bonnie Brae Norte 214. Famílias brancas das igrejas de santidade locais também começaram a participar. O grupo se reunia periodicamente e orava pelo batismo no Espírito Santo. Em 9 de abril de 1906, depois de cinco semanas de pregação e de oração de Seymour, ao terceiro dia de um jejum de 10 dias, Edward S. Lee falou em línguas pela primeira vez. Em outra reunião, Seymour compartilhou o testemunho de Lee e pregou um sermão em Atos 2:4- e também outras seis pessoas começaram a falar em línguas, incluindo Jennie Moore, que mais tarde se tornaria a esposa de Seymour. Alguns dias depois, em 12 de abril, Seymour falou em línguas pela primeira vez, depois de orar toda a noite.

                                     

 

 

 

 

    

                               

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                                                 Seymour e sua esposa Jennie

     Notícias dos acontecimentos na Rua Bonnie Brae Norte rapidamente circularam entre os afro americanos, latinos e brancos residentes da cidade, e durante várias noites, muitos oradores pregariam para a multidão de curiosos e espectadores interessados da varanda da casa dos Asberry. Membros do público incluíam pessoas de um amplo aspecto de níveis de renda e formação religiosa. Hutchins acabou falando em línguas quando toda a sua congregação começou a frequentar as reuniões. Logo a multidão se tornou muito grande e todos estavam falando em línguas, gritando, cantando e gemendo. Finalmente, a varanda caiu, forçando o grupo a buscar um novo lugar de reunião.

    

 

                                         

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

      Rua Azusa 312, Los Angeles, Califórnia, aqui foi onde o avivamento Pentecostal começou, o primeiro culto neste novo endereço foi em 14/04/1906.

     O grupo da Rua Bonnie Brae acabou encontrando um edifício disponível no número 312 da Rua Azusa, que tinha sido uma Igreja Episcopal Metodista Africana no que era então uma parte do gueto negro da cidade. O aluguel era de US$ 8,00 por mês. Um periódico se referiu a construção do centro de Los Angeles como um "barraco capenga." Desde que a igreja saiu, o edifício tinha servido como casa de atacado, um depósito, uma madeireira, um curral de gado, uma loja de lápides, e havia sido usada mais recentemente como um estábulo com quartos para alugar no andar de cima. Era um edifício pequeno, retangular de teto plano, de aproximadamente 18 m de largura e 12 m de comprimento, em sua totalidade de 446,52 m², coberta com ripas caiadas. O único sinal de que fora uma casa de Deus estava numa janela de estilo gótico sobre a entrada principal.

     Sobras de madeira e gesso estavam espalhadas por todos os lados, o local parecia um galpão no andar térreo. Contudo, o local foi averiguado e limpado para a preparação dos serviços. Eles realizaram sua primeira reunião ali em 14 de Abril de 1906. Os serviços eclesiásticos se realizaram no primeiro andar, onde os bancos foram colocados em um padrão retangular. Alguns dos bancos eram simplesmente pranchas colocadas em cima de barris vazios.  Não havia nenhuma plataforma elevada, pois o teto tinha apenas dois metros de altura. Inicialmente, não havia púlpito. Frank Bartleman, um dos primeiros participantes do avivamento, recordou que “O irmão Seymour normalmente se sentou atrás de duas caixas de sapato vazias, uma em cima da outra. Ele acostumava manter sua cabeça dentro da caixa de cima durante a reunião, em oração. Não havia nenhum orgulho lá. Os cultos continuavam quase sem parar. Almas sedentas poderiam ser encontradas debaixo do poder quase qualquer hora, da noite ou do dia. O lugar nunca estava fechado nem vazio. As pessoas vieram para conhecer Deus. Ele sempre estava lá. Consequentemente, foi uma reunião contínua. A reunião não dependeu do líder humano. Naquele velho prédio, com suas vigas baixas e chão de barro, Deus despedaçou homens e mulheres fortes, e os juntou novamente, para a Sua glória. Era um processo tremendo de revisão. O orgulho e a auto asserção, o ego e a autoestima, não podiam sobreviver lá. O ego religioso pregou seu próprio sermão funerário rapidamente”. ·.

         A Missão de Fé Apostólica na Rua Azusa, agora considerada o berço do Pentecostalismo.

Em meados de maio de 1906, entre 300 e 1.500 pessoas tentaram se acomodar no edifício. Visto que os cavalos tinham recentemente saído do edifício, as moscas constantemente molestavam os assistentes. Gentes de uma diversidade de antecedentes se reuniam para adorar: homens, mulheres crianças, negros,  brancoslatinosasiáticosricospobresiletrados, e letrados. Pessoas de todas as idades ajuntaram-se em Los Angeles com tanto ceticismo e desejo de participar. A mistura de raças e a motivação do grupo de mulheres na liderança foi notável, já que 1906 foi o apogeu da "era Jim Crow" da segregação racial, e quatorze anos antes das mulheres receberem os ufrágio nos Estados Unidos.  

    Charles Fox Parham visitou a Missão de Seymour em outubro de 1906, visita essa que trouxe aborrecimento a Seymour devido as criticas de Parham que não concordava com o estilo ali adotado de cultuar a Deus (Parham descreveu o trabalho de Seymour como um composto de "animalismo", nada mais que "êxtases, cair sob o poder, santos rolando, dançando e pulando, sacudindo, vozerio, murmúrio, suspiros e dando vazão a sons sem significados e barulhos, como praticados pelos negros das terras do Sul dos EUA".). Embora descordando, mas vendo o potencial do trabalho de Seymour, Parham mudou-se para Los Angelos para assumir o trabalho de Seymour, argumentando que a Rua Azusa era só uma extensão de seu próprio trabalho. Os seguidores de Seymour imediatamente rejeitaram Parham e forçaram-no a se retirar da Missão. Parham fundou uma igreja concorrente a cinco quarteirões de distância da Missão da Rua Azusa.    . 

 

                                       

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                        

     Cinco líderes do reavivamento da Rua de Azusa na frente de um edifício (possivelmente a missão), CA 1907 da Rua de Azusa. Em pé: Sr. Adams, F.F. Bosworth, e Tom Hezmalhalch. Assentados: William J. Seymour e lago John G.

 

       Imediatamente as reuniões da Rua Azusa atraíram a atenção da imprensa de Los Angeles. O principal jornal da cidade mandou um repórter ao local e este escreveu ridicularizando os fenômenos

presenciados. Esse artigo, intitulado “Estranha babel de línguas”, foi publicado no mesmo dia em que um terremoto seguido de um incêndio destruiu a cidade de San Francisco (18-04-1906), no norte na Califórnia. O artigo funcionou como propaganda gratuita e logo em seguida ocorreu o avivamento da Rua Azusa.

             As reuniões eram elétricas, barulhentas. Começavam às 10 da manhã e continuavam por pelo menos doze horas, muitas vezes terminando às 2 ou 3 da madrugada seguinte. Não havia hinários, liturgia ou ordem de culto. Os homens gritavam e saltavam através do salão; as mulheres dançavam e cantavam. Algumas pessoas entravam em transe e caiam prostradas. Até setembro, 13.000

pessoas passaram pelo local e ouviram a nova mensagem. Muitos pastores respeitáveis foram investigar o que estava acontecendo e muitos deles acabaram se rendendo ao que ocorria.

            Uma característica marcante dessas primeiras reuniões foi o seu caráter multirracial, com a participação de negros, brancos, hispanos, asiáticos e imigrantes europeus. A liderança era dividida entre negros e brancos, homens e mulheres. Um artigo do número de novembro de 1906 do jornal A Fé Apostólica, fundado por.

Seymour, dizia: “Nenhum instrumento que Deus possa usar é rejeitado por motivo de cor, vestuário ou falta de cultura”. Outro artigo informava que em um culto de comunhão que durou toda a noite havia pessoas de mais de vinte nacionalidades. Uma frase comum dizia que “a linha divisória da cor havia sido lavada pelo

“sangue”.

       Após cerca de três anos de reuniões diárias de alta intensidade, o avivamento entrou em declínio. Após a morte de Seymour em 1922 e de sua esposa em 1936, a missão fechou as portas e o edifício foi demolido. Mas um novo capítulo na história da igreja havia começado e não haveria nada que pudesse mudar o que tinha sido feito ali na Rua Azusa. Este movimento Pentecostal foi a casca do Grão de Trigo, em breve o Próprio Grão deTrigo estaria Se Manifestando, oqual é Deus em Sua forma do Filho do Homem (O Deus Profeta).

          O irmão Branham estava feliz no meio daquela gente Pentecostal que ele encontrou na cidade de Mishawaka em junho de 1936, pois ele encontrou ali um povo que lhe compreendia. Mas havia ainda entre aquele povo uma coisa que ele não entendia, era aquele falar em línguas estranhas, ele precisava tirar a prova sobre aquilo. Então o irmão Branham, depois do culto, procurou os dois homens que mais eram usados na manifestação daquele dom. Um falava em línguas e o outro interpretava. Ele começou a falar com um deles e como ele tinha o dom de ver as coisas escondidas nas vidas das pessoas, ele então viu que aquele homem era um verdadeiro cristão. Porém ao falar com o outro homem, ele ficou completamente decepcionado, pois aquele homem era um hipócrita, ele bebia, blasfemava, ia a bares, tinha filhos com outra mulher, que não era a sua esposa, etc. O irmão Branham não entendeu naquele momento como que o Espírito Santo poderia cair sobre um cristão e sobre um hipócrita ao mesmo tempo.

          Todavia, mais tarde Deus revelou este mistério para ele. Hoje sabemos, que o Espírito Santo, assim, como a chuva e o sol, Ele pode cair sobre o justo e sobre o injusto. Ele cai na alma do eleito e cai no espírito do incrédulo. Ambos ungidos produzem sinais e maravilhas. A forma de distinguir entre as duas unções é que o verdadeiro ungido recebe e dá testemunho de 100% da Palavra de Deus e o falso ungido somente testemunha de 90, e de até 99% da Palavra, porém ele não consegue crer em toda Ela. É por causa disto que os eleitos não serão enganados. Eles colocarão esses ungidos no teste da Palavra e assim eles conseguirão distinguir entre o falso e o verdadeiro ungido do Senhor.

     Assim então este dia, pensei: "Pois, vou me aproximar." E eu estava justamente tão alarmado com aquele povo, pensei: "Vou descobrir a respeito daqueles homens." E lá fora no jardim continuei procurando eles depois que o culto terminou. Olhei por todos os lados. Encontrei um deles. Eu disse: "Como vai, senhor?”.

     Ele disse: "Como vai?" Disse: "Você é o pregador jovem que pregou esta manhã?”
Eu disse... Eu tinha vinte e três anos de idade naquele tempo. Eu disse: "Sim, senhor.”
E ele disse: "Como você se chama?”
Eu disse: "Branham." E eu disse: "O seu nome?”.

     E ele me disse seu nome, e pensei: "Pois, agora, se eu somente pudesse conseguir contato do seu espírito agora." E ainda não sabendo o que era isso, fazendo isso. E eu disse: "Pois é, senhor," eu disse, "vocês tem algo aqui que eu não tenho.”
Ele disse: "Você recebeu o Espírito Santo desde que creu?”
Eu disse: "Pois, sou um batista.”.

     Ele disse: "Mas você recebeu o Espírito Santo desde que creu?”
     E eu disse: "Pois, irmão, o que quer dizer?" Eu disse:
 “Eu-eu não tenho o que todos vocês têm, sei disso!" Eu disse:
 “Porque vocês têm algo que parece ser poderoso e tão.
Disse: “Você já falou em línguas”? "
E eu disse: "Não, senhor.”
Disse: "Eu lhe digo bem depressa que você não tem o Espírito Santo.”.

     E eu disse: "Pois, se eu... Se é isso que precisa para se receber o Espírito Santo, não tenho.”.

     E assim ele disse: "Pois, se você não falou em línguas, você não O tem.”.

     E continuando em conversação daquele jeito, eu disse: "Pois, onde posso recebê-Lo?”.

     Disse: "Entre no quarto aí e comece a buscar o Espírito Santo.”.

     E continuei observando-o, sabe. Ele não sabia o que eu estava fazendo, mas ele... Eu sabia que ele teve uma emoção um pouco diferente, porque ele... Seus olhos começaram a ficar um pouco vidrentos enquanto olhava para mim. E ele.. Mas ele realmente era um Cristão. Ele era absoluta e sinceramente, cem por cento um Cristão. Isso é correto. Pois, pensei: "Louvado seja Deus, aqui está! Eu-eu tenho - eu tenho que chegar àquele altar em algum lugar.”.

     Eu saí, olhei por todos os lados, pensei: "Vou achar o outro homem." E quando o encontrei, comecei a falar com ele. Eu disse: "Como vai, senhor?”.

     Ele disse: "Ei, a que igreja você pertence?" Ele disse: "Me dizem que você é um batista.”
Eu disse: "Sim.”
E ele disse: "Você não tem o Espírito Santo ainda, não é?”
Eu disse: "Pois, não sei.”
Disse: "Você já falou em línguas?”
Eu disse: "Não, senhor.”
Disse: "Você não O tem.”.

     E eu disse: "Pois, eu sei que não tenho o que todos vocês têm. Eu sei disso." E eu disse: "Mas, meu irmão, realmente estou querendo Isso.”
Ele disse: "Pois, aí está - aí está o tanque, todo pronto.”.

     Eu disse: "Já fui batizado. Mas," eu disse: "eu-eu não recebi o que vocês têm." Eu disse: “Vocês têm algo que eu-eu realmente quero”.
E ele disse: "Pois, isso é bom.”.

     Eu estava tentando pegá-lo, você vê. E se eu... Quando eu finalmente peguei seu espírito [agora, aquele era o outro homem], se eu alguma vez falei com um hipócrita baixo, aí estava um deles! Ele estava morando... A esposa dele era uma mulher de cabelos pretos, estava morando com uma loura e tinha dois filhos com ela. Bebia, blasfemava, ia a bares, e tudo mais, e, contudo lá dentro e, falando em línguas e profetizando. 

     Então eu disse: "Senhor, perdoa-me." Fui para casa. É isso mesmo. E eu disse: "Simplesmente vou conseguir um... Não posso entender isso. Parecia o bendito Espírito Santo caindo, e naquele hipócrita.,' Eu disse: “Não pode ser”! Isso é tudo". Como o Anjo Veio a Mim. Parágrafo 99-115

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